Parlamentares governistas têm divergido sobre a estratégia que deve ser adotada em relação à convocação de Jair Bolsonaro na CPI mista dos atos golpistas. A comissão deve ser instaurada na quinta-feira.
Parte dos senadores, inclusive alguns do PT, defende que os governistas iniciem a comissão em um ”nível mais elevado” de debate e não convoque o ex-presidente Bolsonaro para depor, ao menos no início dos trabalhos. A estratégia desse grupo seria “mostrar trilha” dos ataques à democracia que culminam no 8 de janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos.
Neste cenário, a convocação de Bolsonaro ficaria para o final. Além disso, parte dos parlamentares endente que Bolsonaro só deve ser chamado se a oposição tentar culpar o presidente Lula e o ministro da Justiça, Flávio Dino, pelos ataques criminosos. A avaliação desses senadores é que, essa postura poderia ajudar o governo em votações de seu interesse no Congresso.
Outra ala do próprio PT, especialmente na Câmara dos Deputados, trabalha para que as ações gravitem em torno de Bolsonaro desde o começo da comissão. O grupo defende que a convocação do ex-presidente seja um dos primeiros atos, assim como pedidos de sua quebra de sigilo bancário.
O plano de deputados como Rogério Correia (PT-MG), que é titular da CPI, é “investigar Bolsonaro como autor intelectual” dos atos golpistas e solicitar acesso aos inquéritos que o envolvem no Supremo Tribunal Federal (STF).