Após 11 dias parados, funcionários dos Correios na Bahia encerraram a greve da categoria no estado, durante assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (8), em Salvador.
De acordo com o Sincotelba, no entanto, os trabalhadores não aceitaram as propostas oferecidas pela empresa e permamecem em estado de greve. As negociações devem ser retomadas a partir da terça-feira (9). Ainda conforme o sindicato, a categoria volta ao trabalho a partir das 22h desta segunda-feira.
Com o final da greve, segundo o Sincotelba, os trabalhadores optaram também pelo encerramento do protesto em frente ao Centro de Cartas e Encomendas (CCE) dos Correios, localizado na BA-535, conhecida como Via Parafuso, em Salvador. Os funcionários, que impediam a entrada e a saída de veículos há 4 dias, devem deixar o local ainda na noite desta segunda-feira.
Greve
A greve dos funcionários do Correio começou no dia 27 de abril, em todo o Brasil. Os representantes dos trabalhadores pedem a retirada da mediação do TST sobre os planos de saúde, revogação da suspensão das férias, debate sobre a situação econômica da empresa, revogação da entrega alternada e otimização de atividade interna, suspensão das ameaças de demissão motivada e privatização, suspensão do fechamento das 250 agências e a criação de comissão com a participação dos trabalhadores para tratar sobre o tema.
Quanto ao plano de saúde, os Correios propõem que os sindicatos apresentem uma contraproposta. Caso haja acordo, os Correios retirarão a solicitação de mediação que haviam feito junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Os Correios voltaram atrás em relação à decisão de suspender as férias dos trabalhadores. A estatal prevê a revogação da medida por 90 dias e disse que pagará até R$ 3,5 mil para os empregados que forem tirar férias em maio, junho e julho. O restante dos valores será parcelado. Os sindicatos querem que as férias sejam mantidas.
A estatal também disse que vai descontar as faltas dos funcionários no dia 28 de abril, quando foi realizada uma “greve geral” no país, e exigirá compensação dos funcionários que faltaram nos últimos dias.
Os Correios informaram que se dispuseram a suspender as novas implantações de medidas operacionais como a distribuição domiciliária alternada, entrega matutina e organização das atividades internas e que essas medidas serão negociadas em comissão a ser formada com essa finalidade. Os casos locais e os que apresentarem maior dificuldade serão prioridade na negociação.
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e avalia medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal. Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.
Os Correios planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos. Segundo os Correios, o fechamento dessas agências acontecerá sobretudo nos grandes centros urbanos.
No dia 20 de abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados está na pauta e vem sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.
Nesta quinta-feira, no entanto, foi anunciada a escolha da organizadora do próximo concurso dos Correios para as áreas de saúde, segurança e engenharia para os cargos de auxiliar de enfermagem do trabalho júnior, técnico de segurança do trabalho júnior, enfermeiro do trabalho júnior, engenheiro de segurança do trabalho júnior e médico do trabalho júnior. O número de vagas e salários não foram divulgados.
O último concurso dos Correios foi realizado em 2011 para 9,1 mil vagas.
Informações G1