A Bahia já tem um Comitê de Enfrentamento para a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). O Grupo de Trabalho (GT) foi oficialmente instalado na sexta-feira (18), na sede da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). O principal objetivo do GT é minimizar os impactos ocasionados, estabelecer atribuições para cada um dos entes participantes diante das situações de emergência e divulgar o Plano de Contingência Zoossanitária.
Estudos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontam que a produção avícola do país está estimada em 14,5 milhões de toneladas de carne de frango, colocando o Brasil na 2ª colocação enquanto produtor mundial e 1º em exportação da proteína. Com relação à produção de ovos, o Brasil ocupa a 5º posição mundial. A Influenza é rapidamente disseminada entre as aves, causando prejuízos econômicos em função da necessidade de sacrifício de animais diante da infecção dos plantéis.
Vírus no Brasil
Segundo especialistas presentes na instalação do Comitê, o vírus da IAAP já circula no mundo há 20 anos e somente agora chegou ao Brasil. De acordo com dados do Ministério da Agricultura (MAPA), mais de 1.700 investigações de IAAP foram realizadas desde o primeiro caso confirmado no país, em maio de 2023, após a publicação do Estado de Emergência Zoossanitária em todo o território nacional.
Técnicos do MAPA coletaram outras 420 amostras, das quais 80 confirmaram a infecção pelo vírus da Influenza no Brasil. Os números são atualizados diariamente em plataforma disponibilizada pelo órgão na Internet. “Com pleno acesso a informações, precisamos unir esforços, observar as legislações sanitárias e seguir os protocolos de saúde e sanidade estabelecidos em todo o mundo para manter nossas granjas livres da IAAP”, disse o superintendente federal da Agricultura (SFA-Ba), Fábio Rodrigues.
Na Bahia, até o momento, apenas quatro casos de IAAP foram confirmados e todos em aves migratórias ou silvestres, distantes das áreas de produção. “Nossa meta é evitar a entrada do vírus em granjas comerciais e de subsistência. Dessa forma, estaremos zelando não apenas pela sanidade dos animais, mas também pela saúde humana e pela economia do nosso estado, que sofreria grandes impactos em caso de surto dessa doença nos plantéis”, enfatizou o diretor de Defesa Animal, Carlos Augusto Spínola, lembrando que a ocorrência da IAAP gera embargos comerciais entre grandes países importadores da carne de frango.
O Plano de Contingência, apresentado pelo médico veterinário da Adab, Iran Ferrão, preconizou as medidas iniciais para conter a propagação da IAAP. “Dada a natureza dos impactos, é fundamental a colaboração conjunta entre os setores e autoridades na adoção de medidas preventivas, como vigilância constante, educação sanitária, controle de movimento de aves e preparação para surtos”, afirmou o especialista.
Fonte: Ascom/Adab